Episódio 5

7 Horas Depois

Paula estava de pé, entre Heath e Paul, no fundo da caverna. Uma mulher, alta e magra, se aproximava lentamente deles. Paula mais uma vez observou a figura a sua frente: Cabelos ruivos e ondulados, olhos negros misteriosos, e lábios inchados de um tom rosa claro.
A dama usava um vestido de pano desconhecido vermelho, que parecia estar colado em seu corpo, e um salto alto preto que, segundo a mente de Paula, era horrível. Paul não escondia nem um pouco seu interesse nesta mulher.
A luz do sol havia abandonado a entrada da caverna, e apenas algumas velas brancas iluminavam o local.
-Você... – Disse a desconhecida, com uma das mãos na cintura. – Será útil para mim... Eles confiam em você, será perfeito! Nunca pensarão que...
-Eles? – Paula perguntou.
-Micka... May... Riley... – Sussurrou Heath, em seu ouvido.
-O que? – Ela voltou a questionar.
-Paul já deve ter dado as instruções... – A mulher (ainda desconhecida para Paula) continuou a falar. – Mas pode enrolar o quanto quiser, quero que eles sintam muita dor antes de morrer...
-O QUE? – Ela repetiu. – Quer que eu os mate? Pode esquecer! São MEUS amigos!
A mulher estendeu as mãos na direção de Paula, fazendo com que uma forte dor nascesse no meio do coração da jovem, fazendo-a cair e se contorcer no chão.
-Você faz o que EU mando! – Ela fechou os punhos, e cruzou os braços. Cessando a desconfortável dor do peito de Paula, que tentava se levantar com a ajuda de Heath. – A propósito... Meu nome é Marianne! – Ela andou em direção á saída, e perdeu-se noite afora.
* * *
O fato de mais alguém estar indo morar com Mickaella parecia ter se desfeito completamente para os três jovens. Afinal, este não era seu maior problema: Era sábado à noite, e na segunda-feira a Lua-minguante chegaria, o que significava que deveriam achar rápido uma resposta. E tudo que tinham até agora era um diário de couro antigo, e uma bruxa inexperiente e desacordada.
Tie havia ido embora assim que Riley começou a mostrar indícios de um possível despertar, (O que não aconteceu! O jovem continuava desmaiado ao lado de May) Provocando que Inna o seguisse para ter certeza que, desta vez, ele não seria o possuído.
No geral a noite estava agradável. Os pássaros haviam se calado, e leves correntes de ar frias passavam pelo local. Alguns baixos uivos e o canto de uma cigarra eram as únicas coisas que se podia ouvir naquele lugar.
-Tie... – Ela gritava, correndo, até alcançar o amigo. – Poderia esperar um pouco...
-Desculpe... Queria fugir um pouco de tudo...
-Eu sei... Acha que eu não sinto o mesmo?
-Não sei... – Tie a olhou caminhar por um instante. – É que às vezes eu acho que os outros sempre se adaptam a situação mais rápido do que eu.
-Não pense isso, Tie... – Inna cruzara os braços. – Todos estão muito assustados com tudo o que está acontecendo... Principalmente eu!
-Você? – Tie deixa uma pequena gargalhada escapar. – Mas você é sempre tão... Madura...
-Medo não é imaturidade, Tie! – Ela riu. –É um sentimento, daqueles que passamos a vida tentando despistar, mas não conseguimos...
-Pra você parece tão fácil...
-E é! – Inna deu um leve soco no ombro de Tie. – Mas...É porque eu tenho vocês sempre comigo... Quero dizer, você já pensou se eu estivesse passando por isso tudo sozinha? Eu enlouqueceria!
-Eu sei, mas é que...
Tie foi interrompido quando um enorme corvo surgiu entre os dois e arrastou com força suas garras no braço direito do jovem, provocando arranhões vermelho-sangue.
O corvo voou para alguns metros de distância dos dois, antes de dar meia volta e se aproximar rapidamente de Inna, com suas garras pingando um pouco de sangue.
-Tie! – Inna gritou, agachando e o puxando para baixo.
O animal passou direto por eles, pousando em cima de uma caixa de correios enferrujada.
-Vamos embora! – Tie sussurrou, e os dois começaram a correr em direção oposta.
Os dois cruzaram a esquina. A casa de Micka ficara para trás, e ainda faltavam algumas para chegar a de Tie. A casa de Paula era a mais próxima agora, os dois correram em direção a ela.
Os jovens quase chegavam ao fim da quadra atual, quando foram interrompidos por uma dama de cabelos ruivos e um pequeno e peludo gato preto os impediu.
-Não nos conhecemos formalmente... – A dama cruzou os braços, e seu gato saltou de seu ombro e parou bem na sua frente. – Marianne, jovens.Jovens... Sombra!
O gato flutuou alguns centímetros, e sua forma felina começou a se desfazer. Em alguns instantes uma sombra, com um negro tão escuro e frio quanto o do corvo, havia tomado o lugar do gato preto.
-Corre! – Inna sussurrou.
Tie a seguiu, dando meia volta e correndo na direção oposta a da mulher. Até serem impedidos por uma outra pessoa. Um rapaz loiro de cabelos cacheados e um corvo, o mesmo corvo que atacara os dois jovens há alguns instantes atrás.
O corvo imitava a situação do gato: Seu corpo estava se desfazendo! Algumas penas pretas flutuavam e rodopiavam ao seu redor, algumas simplesmente desapareceram. E, mais uma vez, o animal havia dado lugar a uma assustadora sombra.
-Inna... – Tie sussurrou em seu ouvido. – Não importa o que aconteça, corra! Corra como nunca correu em toda a sua vida! Enquanto fazem ‘eu sei lá o quê’ comigo você pode escapar.
-Qual é? – Inna riu mesmo nervosa. – Vai dar uma de corajoso bem agora?
-Calem-se! – Ordenou o rapaz loiro. – Uma dica: Se resistirem vai doer mais... Então resistam!
-O que está esperando Burnstein? – A mulher disse. – Ande logo com isso! Quer ficar sem ração?
Sem ração? Então Burnstein era o nome do gato?
A sombra da dama avançou rapidamente, deixando apenas alguns mínimos restos de fumaça negra por onde passava. Em uma fração de milésimos Inna já havia sido atingida na cabeça, e se encontrava no chão, desacordada. Tie poderia pensar em pega-la, se também não tivesse sido atingido.
Os dois jovens haviam desmaiado.
-Leve-os, Paul... Tenho outra coisa que preciso resolver... – A mulher se virou. – Vamos, Burnstein!
O gato voltou a sua forma animal, e acompanhou a moça até desaparecer na escuridão da noite.
Paul jamais havia percebido o quão sensual é o andar da mulher sob a luz do luar. Estaria ele, apaixonado?
-Vamos ao trabalho... – O rapaz retirou os dois nocauteados do chão, apoiando-os um em cada ombro. – O que eu não faço por poder?
* * *
-INVASÃO!
May despertou de maneira tão involuntária e instantânea que até Mickaella foi obrigada a segurar seu coração.
-Acalme-se, May... – Micka lhe deu um abraço que logo se desfez. – O que houve? Que invasão é essa?
-Aqui Micka... – A jovem era portadora de uma forte tremedeira. Suas mãos estavam completamente geladas. – Tem alguém aqui dentro!
-O que? Do que está falando? Como pode saber disso se estava desacordada?
- Eu simplesmente sei... Não me pergunte como porque não tenho essa resposta, mas eu sinto que tem mais alguém aqui dentro! Alguém frio... Manipulador... Eu não sei...
-Do que você...
A frase é imediatamente interrompida por um fino grito ensurdecedor, vindo diretamente do quarto do outro lado do corredor.
-MÃE! – Micka mal termina de pronunciar a palavra e já se encontra na porta ao fim do esticado corredor, segurando e girando a maçaneta prateada, com uma May completamente carente e assustada bem atrás dela.
As duas entram no cômodo, percebendo alguém que, até então, estava desaparecido para as duas garotas. Jennifer estava desacordada, e Heath a carregava no colo.
-Solte-a Heath... – Micka havia pegado um velho castiçal de dois lugares de cima do pequeno criado-mudo de sua mãe. – Eu vou chamar a polícia!
-Tente... – Heath deixa um sorriso malicioso escapar. – Mas, devo avisar que, eles acham que eu estou morto...
-SOLTE MINHA MÃE! – Mickaella berrava agora. Ela havia lançado o castiçal em direção á cabeça de Heath.
Errou!
Na verdade, Heath não estava mais ali. Ele não só havia conseguido fugir (E Micka ainda não sabia por onde ele havia saído, já que ela e May estavam bloqueando a porta), como também havia levado Jennifer.
Micka havia fracassado... Pior, Micka havia com sua própria mãe! E agora? O que Heath faria com ela? Aliás, por onde andou Heath no tempo em que a polícia o procurava? E porque as autoridades achavam que ele havia morrido?
-Micka...
-Eu preciso fazer alguma coisa... Ele levou minha mãe! Precisa me ajudar!
-Acalme-se, Vamos arrumar um jeito! Precisa manter a calma...
-CALMA? QUER QUE EU TENHA CALMA? MINHA MÃE ACABOU DE SER SEQUESTRADA NA MINHA FRENTE, E VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA?
-CALE-SE, TEM MAIS ALGUEM AQUI! – May fechou os olhos.
Algo explodiu acima de suas cabeças. Pequenos pedaços pontiagudos de vidro voaram por todo o quarto.
* * *
Inna despertou aos poucos, percebendo que grossas e enferrujadas correntes de ferro prendiam suas pernas e braços na parede.
Ela olhou o ambiente a sua volta. Ela estava em uma espécie de quarto, cuja construção lhe lembrava muito um castelo. As paredes eram feitas de fortes e antigas rochas medievais, e o chão se resumia as sujas tábuas de madeira encaixadas umas as outras.
Mas... Espere... Havia mais alguém no quarto. Tie? Sim, era tie, e estava com as mãos acorrentadas. Aparentemente desacordado. Sendo carregado pelos braços por dois homens altos e fortes, vestidos com uma capa azul-escura com seu capuz levantado. Era impossível conseguir ver seus rostos.
-Tie! – Ela gritou. Mesmo com medo e indefesa, Inna nunca deixaria que machucassem seu amigo.
Os homens o largaram, fazendo com que um estalo surgisse das tábuas, e se viraram para ela. O que era aquilo na mão deles? Uma... Essa não... Era um facão!
Eles começaram a se dirigir em direção a ela. Inna estava apavorada e, agora, não era capaz nem de mexer seus dedos! Estava completamente indefesa...

3 Comentários:

Unknown disse...

Cara tú é Phodastico!!!!
Amo sua historia e vc too xDDD
Obs... me deixou legal na vontade! Isso ai! xD

Lalá disse...

Oie!!! Hey, vc me disse q a May é da onde? Tava pensando aki q ela poderia ser da Pensylvannia(seja lá cm se escreve) ou outros lugares, depois te flo. Olhei em um mapa do USA só pra ter uma ideia de lugares! Falta do q fazer é foda! pode flar... ^^'
Bjs coisa fofa... escritor fodástico!!!

Lalá disse...

Resolvi q vou encher teu saco até tu postar a próxima parte da história... :B hsuahsaush bjs

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