Sentimentos ao vento...

Te hecho de menos! Extraño tus besos, tus caricias, tus abrasos, tus manos que me llenan de amor e por todo, extraño tu modo de mirarme e quererme como nadie más...Pero no puedo decir a los vientos lo que siento, ni a los mares porque tienen oídos y boca. Tengo miedo de perdelo por erores mios. No poderia soporta eso...

Oi gente!!! A partir de agora vou postar sentimentos alheios da Mickaela... coisas que temos em comum! O texto, sim, esta em espanhol, pois temos raizes pela Espanha! Espero que gostem...Postarei outras quando puder! xD

Ass: Viví.

Minhas novas metas:

(x) Público dos Estados Unidos.
(x) Ler a parte 19 do www.hayleyfiregirl.blogspot.com.
( ) Público Canadense.

~ O gosto da aura:

Uma pequena demonstração do capítulo 13, ok? Aguardem o capítulo completo em breve!




* * *
- Corram! – Corbin Apertou o gatilho mais algumas vezes, acertando a mulher em distintos lugares. Apesar do esforço, nada acontecia. Como um ato mágico, as balas eram grosseiramente expulsas do corpo de Marianne, e uma pequena cicatriz se fechava no lugar em que havia sido atingida.
-Mas... – Jennifer hesitou um pouco, com a respiração pesada. – Mas e você?
-Eu me viro. Sou mais forte que vocês dois! AGORA CORRAM!!!
-Venha! – Riley pegou o braço da mulher que encarava o espanhol, e correu com ela para dentro do mato.
-Aah, Corbin... – Marianne fez um gesto para que seu gato seguisse os dois humanos. – Sou muito mais experiente! Quer mesmo morrer? Você ainda pode mudar de lado...
* * *
-Kerra, pegue a menina! – Ordenou a dama das aranhas, ao perceber que havia nocauteado Paul.
-INNA! – Riley, que havia acabado de chegar ao local com Jennifer, não pode evitar o grito.
-Mas que ótimo... – A mulher de olhos e cabelos negros sorriu maliciosamente. – Eu estava esperando vocês para a festa. Khuennistherra!
Ao pronunciar a magia, uma pequena concentração de magia negra nasceu na palma de sua mão e, ao atirar contra a dupla, pode se perceber o nascimento de alguns fios de teias de aranha.
-MEEOWTH!
Burnstein atirou-se na frente de Riley e Jennifer. A teia de magia negra o envolveu, prendendo o felino ao chão.
-Suas opções de defesa estão acabando... – A mulher riu.
* * *

~Bate-papo:

Oi gente, tudo bem com vocês?? ;D mais uma vez, obrigado por perderem seu tempo lendo meu blog!! - obrigado mesmo pessoas de outros países, e as daqui principalmente.
Bem , primeiramente eu queria avisar sobre um novo projeto de uma amiga minha e da larissa (do blog Elementares), a Paula, ela está começando a escrever uma história sobre anjos e vai começar a postar daqui a um tempo.. Ainda não tem título, por isso ainda não posso divulgar..
Mas, enfim...
Dá pra acreditar que é o último filme do Harry Potter que vamos ver pela primeira vez?? Aah gente, depois de dez anos ele abandona a gente né?? kk' tá deixa ele então. Mas vou ficar com saudades dos filmes..
Ah, gente, sinto muito pela demora que leva para eu postar um novo episódio, mas é que a escola está correndo atrás de mim com uma faca... (Não, não é pra rasgar meu boletim!).
~ Muito bem galera, eu preciso ir!! Em breve trarei a continuação pra vocês.. Já posso adiantar que alguém vai morrer! @_@ .. Enquanto isso, por que não checam o Elementares? É só clicar naquele link alí do lado onde eu coloco as pessoas que me ajudam!! vai lá, eu tenho certeza que vocês vão adorar!!

~Beijos e abraços pra vocês!!! Fui..

Episódio 12

Algumas câmeras de segurança presas ao teto voltaram sua atenção para Tie e começaram a liberar uma minúscula luz vermelha que piscava de segundo em segundo.
-QUEM ESTÁ AÍ? - Ele recuou cauteloso, e parou de respirar ao ouvir mais alguns “tic-tacs”. - Droga! - Gritou Tie, jogando-se atrás de um largo balcão no exato momento em que algumas dezenas de aparelhos telefônicos explodiram e estouraram os vidros de suas vitrines.
Mais alguns alarmes dispararam, ecoando pelo edifício solitário.
-AAH... PARE! PARE, PARE, PARE!!!
As portas de ferro que bloqueavam as saídas desapareceram, deixando o caminho livre. O garoto, antes mesmo de pensar, correu para fora. Não só da loja, mas do shopping!
Tie agora invadia uma lanchonete do outro lado da rua chamada “Oásis for my urban juice”. De alguma maneira o garoto havia reconhecido o lugar, mas ele não conseguia se lembrar de onde e como havia registrado tal cena. De qualquer forma, ele não gastou muito de seu tempo no local, apenas encheu com hambúrgueres embalados em papel alumínio uma pequena mochila azul-escura que estava jogada em um dos cantos da loja e saiu do estabelecimento.
-Destruam-na! - A voz misteriosa veio do nada.
Em uma fração de segundos, a nova cidade abandonada havia sido substituída por uma cidade em chamas e em clima total de guerra. As cores haviam partido, estava tudo em um tom acinzentado, como em um filme muito muito antigo. Prédios destruídos, postes caídos, fogo liderando pelo menos um terço do local, e gritos.
Muitos gritos!
A cidade não estava mais solitária. Havia centenas de pessoas, também em cor cinza, correndo, gritando e chorando desesperadamente, a não ser por um enorme grupo de pessoas que se embaralhavam em um canto da calçada... Estavam cercando alguém!
Tie encarou o céu por um instante... Um grito de pavor subiu a garganta do garoto. As estrelas dividiam o cenário com um grande número de auras que se batiam e se chocavam constantemente. O jovem não conseguia identificar o que eram auras e o que eram sombras, pois não havia cores ali também.
Nesse instante uma voz grossa e assustadora chamou sua atenção. Vinha de uma das pessoas que formavam o círculo:
-Você pecou... Desonrou a bíblia, o nome do senhor e o povo da fé...
Tie aproximou-se lentamente, percebendo logo que aquelas imagens eram como hologramas gasosos e intocáveis. O homem continuou:
-Mas agora nós te pegamos... – O padre de casaco vermelho e preto com capuz de mesmas cores disse. – Como previsto, não é mesmo? - Ele riu. - Bem, de qualquer forma eu preciso ir, Madellyne e sua querida May precisam receber uma visitinha... – Ele olhou para um outro homem que portava uma tocha acesa. – Queimem-na!
Este último nome martelou o coração de Tie ao ser pronunciado. Ele imediatamente correu para ver o rosto da pessoa a ser morta, mas parou ao reconhecer uma voz.
-NÃO, CLOE NÃO! – Gritava repetidamente o rapaz loiro que era carregado por um par de homens para longe do tumulto.
-Paul?

* * *

-Paul... Ingênuo... É claro que sou eu!
-Não... – Ele recuou, preparando-se para um ataque. – Não é você. Quer dizer... Não pode ser!
-E porque não? Você não me viu morrer na guerra, viu? Quando voltou, eu havia desaparecido. E aqui estou eu!
-Não, não, não... Você não é real, você é...
-Uma armadilha! – Gritou uma voz feminina vinda de trás do rapaz. – Eu te odeio Paul... Mas você precisa me tirar daqui! Não acredite nela, tem uma bruxa na mansão!
E lá estava Inna: Suas roupas sujas e rasgadas com folhas secas por toda a parte; Cabelos descuidados e despenteados com um tom rebelde superficial; Mãos e lábios trêmulos e demonstrando fraqueza; E uma voz rouca que desaparecia rapidamente no ar.
Em outras palavras, ela estava acabada!
-Johann? - Paul se aproximou da jovem e a segurou no exato momento de seu desmaio.
-Se livre dela, Paul! Você ainda me ama, e eu sei disso... Mate-a e fuja comigo! Vamos fugir da guerra... Vamos fugir das mortes, da violência... Você não terá que perder mais ninguém! Desta vez eu não serei perseguida durante a guerra e...
Paul sentiu-se aliviado de alguma maneira e segurou Inna com mais força:
-Bela tentativa, Kerra, mas Cloe e Madellyne morreram antes da guerra!
E então a figura de Cloe se transformou em uma espessa fumaça negra com alguns pontinhos roxos e outros pontilhados rosa. Uma mulher surgiu no lugar alguns segundos depois:
-Continua atento, rapazinho!
-O que faz aqui? Não deveria estar lutando com as bruxas da causa?
-Éh... Bem, na verdade agora eu tenho meu próprio trio!
-Trio?
-As bruxas minguantes!
Paul soltou risos altos, mesmo ainda estando nervoso:
-Vocês, bruxas, tem muita criatividade!
* * *
-Minhas queridas filhas... – A mulher das aranhas carregou Micka até uma antiga caverna subterrânea localizada embaixo da mansão abandonada. – Vejo que temos uma fugitiva, não é mesmo?
A caverna era úmida demais e liberava um terrível fedor de mofo misturado com chulé. Havia dezenas de estalactites e estalagmites que assustariam qualquer pessoa viva. Aranhas de todos os tamanhos e espécies teciam suas teias por entre as rochas e, de vez em quando, caminhavam de um lado para o outro do local como se estivessem procurando por algo.
Sem esperar muito, a dama jogou o corpo inconsciente de Micka entre duas pequenas estalagmites e logo se voltou para a entrada da caverna, que se resumia a uma larga escada aonde se chegava a uma porta de madeira quadrada que dava para o chão da sala dos móveis. Assim que chegou ao segundo degrau, disse:
-Cuidem da moça! – E continuou subindo as escadas sem olhar para trás.
As pequenas criaturas ficaram instantaneamente eufóricas. Todas, de uma só vez, começaram a se aproximar da menina desmaiada... Espere... Ela não está desmaiada!
Micka levantou-se rapidamente e esmagou algumas aranhas com seu pé. A jovem fingira o desmaio o tempo todo! Apenas esperou o momento certo para tentar fugir. Muito esperto, não?
-Tomem isso suas... Suas... Argh! – Ela continuava pisoteando e, por conseqüência, esmagando dezenas e dezenas das aranhas. – EU ODEIO VOCÊS!
Mais aranhas surgiam no mesmo ritmo em que suas companheiras eram mortas pela jovem adolescente, e então Mickaella desistiu das criaturinhas e correu para uma parte mais profunda da caverna. Ela queria muito sair dali, mais alguma coisa em sua intuição lhe dizia para espionar em todos os lugares.

* * *

-Largue ele!
Tie logo parou de gritar. Ninguém o ouvia, via, ou sentia. Ele não estava ali de verdade, estava apenas observando... De alguma forma.
-AAAAAH... NÃO, NÃO... POR FAVOR... DEIXEM MINHA FAMÍLIA FORA DISSO! NÃO... MINHA FILHA NÃÃÃO!!! – Gritava a mulher a quem o povo da fé cercava.
Espere um pouco... Filha?
Tie tentou ligar os fatos...

“-Não! Cale a boca! Acha que sou idiota? Pelo pouco que ouvi, eu consegui deduzir a verdade... Consegui, Paul! Eu sei que a culpa por eu não ter uma mãe é sua e daquela vagabunda da Marianne! Vocês a mataram... Do mesmo jeito que pretendem me matar...
E é por isso que estão me protegendo da lua minguante! Por que precisam que minha vida permaneça ativa até a tal guerra, não é? Precisa me manter viva até o sacrifício!
-EU NÃO MATEI A SUA MÃE!”.

-Ele não estava mentindo... – Sussurrou o garoto de cabelos cacheados marrom-claro.
-SHRIIIIEEER...
-Essa não... – Tie reconheceu o grito demoníaco.
Uma grande lufada de vento quase derrubou o garoto. E, alguns segundos depois, o grande morcego sobrevoava todo o cenário enquanto capturava e esmagava diversas auras.
-Recuar. Recuar! – Gritou o homem que segurava a tocha alguns segundos antes enquanto corria junto aos outros religiosos para longe.
Tie, enfim, conseguiu ver a mulher que era ameaçada de morte. A propósito, ela havia conseguido escapar graças ao morcego.
-MAY! – Ela gritou, sem perder tempo, e começou a correr na direção oposta a dos religiosos.
-May! – Tie repetiu em sussurro, como se estivesse buscando algo para pôr fé, enquanto se convencia a seguir a mulher.
De um momento para outro, tudo desapareceu. A guerra, as auras, o demônio, os religiosos... Até mesmo a mulher que corria em busca de May havia deixado o local.
Era só mais uma cidade grande e solitária outra vez.
-O que...? – Algo brilhou no céu vazio acima de Tie. Uma espécie de globo de luz azulada com alguns rajados brancos. O globo luminoso liberava uma espécie de fumaça fraca de mesma cor, e sua luz era tão linda...
Aproximou-se de Tie, e então começou a liberar um brilho mais forte. Era como se o globo fizesse parte do garoto. Tie se afastou, com medo, e o globo se aproximou mais ainda.
- Mais que porcaria é essa?
O ser não identificado tocou na mão esquerda de Tie, que logo foi envolvida pela fumaça que o globo liberava. A fumaça enroscava o braço do rapaz como uma serpente costuma fazer com sua presa, mas Tie não se sentia mais com vontade de recuar. Sem perceber, o garoto estava completamente envolto pela fumaça. Uma luz azulada intensa preencheu o vazio da cidade, e então a fumaça desapareceu.
-Urrr... – crocitou a coruja parda e preta coberta por uma fraca luz azul-clara que logo deixou o animal.
Tie não conseguia falar nada. Ele sabia exatamente o que era aquilo. O que ele não entendia era: Porque sua aura resolveu se revelar aqui? E como ela se transformou em um animal já que Celly havia dito que isto era possível apenas com magia negra?
De qualquer forma, O rapaz deixou que a coruja pousasse em sua mão esquerda. Ela o fitou, parecendo sonhadora. Era um bebê coruja.
-Urrr.
-Sei bem que não é um bom jeito para me apresentar, mas... – Ele aproximou o animal recém-nascido de seu rosto. – Eu preciso sair daqui! Pode fazer isso? Por favor... Diga que sim!
-Urrr.
-Aff... Olhem para mim: Falando com uma coruja!
-Urrr. Urrr. – O animal abriu suas asas pardas e a mesma luz azulada voltou ao cenário. Não se via mais nada a partir de agora.
Após alguns segundos “azuis”, Tie percebeu que já conseguia ouvir alguns passos reais, e então começou a sentir frio.
Pequenas dores de mordidas e uma leve dormência possuiu o rapaz. Tie estava recuperando seus sentidos.
* * *
-Kerra idiota!
Tie ouviu a voz da mulher se afastando enquanto ele tentava reabrir seus olhos.
-eu mesma cuidarei disso! – A dama das aranhas caminhou até o hall, deixando a mansão logo após.
-argh... – Tie, enfim, conseguiu erguer os braços para ficar de joelhos. Alguns segundos depois de perceber sua respiração lenta e pesada, o garoto conseguiu se levantar.
Sua cabeça estava pesada, e ele tossia de segundo em segundo. Seu coração batia tão rápido que parecia querer escapar do corpo jovem.
-Urrr. - A jovem coruja parda se encontrava parada na janela quebrada da sala vazia e olhava diretamente para Tie. – Urrr. Uuurrr.
-Obrigado! – Ele sorriu. – Ainda não acredito que tenho minha própria aura!
-Urrr.
-Éh... E que eu não entendo a linguagem dela.
Tie acidentalmente desviou seus olhos do animal, conseguindo ver Paul ser atacado pela mulher das aranhas do lado de fora da velha casa. De relance, ele pode perceber alguém nos braços do rapaz. Alguém inconsciente. Seja essa pessoa quem quer que fosse, Paul tentava proteger dos ataques sombrios da bruxa.
Logo, o rapaz loiro foi atingido na perna por uma esfera de magia negra, que colou seu pé no chão com uma grande quantidade de teia de aranha que se soltava da concentração de poder proibido.
Paul, parecendo atordoado, deixou que a garota caísse no chão.
Tie descobriu que a pessoa adormecida era uma garota quando seus longos cabelos cacheados se debateram durante a queda. Mesmo assim, ele ainda não conseguia ver o rosto da menina de roupas pretas rasgadas.
-Urrr. – A coruja crocitou mais uma vez.
-O que? O que foi?
-Urrr! – O animal flutuou até um dos cantos do grande salão. Ele pousou bem encima de um alçapão.
-Uma passagem? – Tie se aproximou lentamente do alçapão. – Mais o que isso faz aqui?
-Urrr. – A coruja se afastou um pouco do grande quadrado de madeira para que o garoto pudesse abri-lo.
-Está destrancado! – Tie encontrou uma corda velha, e puxou-a. A passagem quadrada se abriu.
Sem muito esforço o rapaz conseguiu identificar o que pareciam alguns degraus de escada. Ele desceu pelo quadrado, e então desceu os degraus, resultando em uma larga e enorme caverna subterrânea.
-Urrr. – Piou a ave, avançando sem medo até a área menos iluminada do local.
-Espere! – Tie seguiu correndo o animal, percebendo uma porta dupla no final da caverna.
Algo fazia muito barulho do outro lado da porta. Era um som humano... Um choro, talvez. De qualquer forma, era perceptível ser um som de sofrimento.
-Vamos?
Tie podia jurar que viu a coruja assentir.
-Cara... – Ele sussurrou. – Preciso me tratar!
Sua mão direita foi de encontro à maçaneta. Ele a girou, empurrando a porta para que pudesse ver o que havia lá dentro.
Outro grito de horror subiu a garganta do garoto. Seus olhos se encheram de lágrimas.

Episódio 11

-Inna? - O rapaz ignorou os barulhos agressivos na sala dos móveis e seguiu na direção oposta, resultando em um grande cômodo vazio.
Não havia nada no local, literalmente.
-Tie Hitchester... - Disse uma voz melosa vinda de trás do garoto.
O jovem virou-se rapidamente, assustado.
Havia uma mulher lá.
A dama tinha cabelos lisos e negros que escorriam até sua cintura, olhos negros e convidativos e um nariz levemente arrebitado. Ela vestia um vestido roxo com mangas largas que cobriam todo o seu braço e uma lua minguante branca no local onde deveria estar o umbigo. Suas unhas, das mãos e dos pés, estavam pintadas de vermelho.
-Quem... - Ele gaguejou, se preparando para uma possível defesa. - Quem é você?
-Por enquanto... - A mulher estendeu seus braços na direção de Tie. - Apenas um empecilhozinho!
Algo surgiu em volta do corpo da mulher. Um tipo de aura negra, com algumas faíscas roxas e outras esverdeadas.
-Siésquerros! - Gritou ela.
Tie começou a levitar, debatendo-se inutilmente no ar, até ser arremessado e bater na parede mais próxima, caindo no chão logo a seguir. A estrutura da casa pareceu tremer um pouco.
-Maqueannis! - Continuou ela, movendo um pouco os braços.
Agora, centenas de tarântulas surgiram de todos os cantos da sala e começaram a avançar em direção a Tie, que não conseguia se mover.
* * *
-Como se mata esse demônio? - Corbin retirava um revólver de sua mochila.
-Não perca seu tempo... - Marianne estava de costas, encarando o nada. - Quer ação? Se livre desta porcaria e compre uma escopeta ou um rifle!
-Ele não morre com magia? - Perguntou Riley.
-São muito poucos os feitiços que funcionam contra demônios... Além disso, tem que vir de uma bruxa muito experiente...
-Eu só quero a minha filha de volta... - Jennifer estava isolada, chorando desesperadamente ao lado de Burnstein.
-Provavelmente ela já deve estar morta há essa hora! - Exclamou a mulher de pé.
Todos a encararam.
-Não os subestime Marianne... - Paul abandonou o matagal e se sentou no meio da estrada, ao lado de Riley. - São mais inteligentes do que nós dois pensávamos, sabia? Mickaella e os outros ainda estão vivos... - Ele olhou por uma fração de segundos para o homem com um revólver na mão esquerda, parecendo se esquecer sobre o que estava falando. - Quem é esse?
-Corbin Sant’Lhianna! - O próprio homem exclamou, prendendo a arma em seu cinto.
-Ele é...?
-Sim! - Marianne ainda encarava o nada.
* * *
-Queridas... Hora do jantar!
As aranhas continuavam avançando, subindo pelos braços e pernas de Tie. O garoto sentiu algumas picadas, e gritou.
-O que você quer? - Ele perguntou, em meio aos gemidos.
-Preciso de um ajudante... - Ela cruzou os braços. - Quando o veneno de meus bebês fizer efeito, terei controle total de seus sentimentos... Você será meu escravo!
-NÃO!
-Vamos ver... - A mulher andou, lentamente, de um lado para outro. - Sempre quis Inna Johann como algo mais do que uma simples amiga, não é?
-NÃO... DE ONDE VOCÊ... TIROU ISSO? - Mais picadas, O garoto estava começando a perder a consciência.
-Ótimo! - Ela riu, com um tom maldoso. - Matará ela primeiro... Depois eu mesma darei conta daquela vadiazinha... - Da janela quebrada, A mulher conseguia ver a multidão cercando Micka.
* * *
Thor latia enfurecidamente... Não que isso fizesse alguma diferença.
May conseguia, com chutes, afastar alguns dos estranhos desconhecidos, mas parou de tentar assim que percebeu uma nova presença no local.
-Eu ordeno que se afastem! - O vestido branco de Celly parecia se alargar com a força do vento agindo sobre ele. Havia algo de diferente nela... Algo inexplicável, divino, espetacular... Eram... Eram...
-Asas? - Micka perdeu a respiração por um segundo, deixando a boca aberta.
Celly estava dotada de grandes e fofas asas angelicais formada por delicadas penas brancas que atraiam a atenção de qualquer um.
-O livre arbítrio... - A mulher olhou para May. - Deixa bem claro que qualquer ser-vivo tem o direito a um corpo e uma mente livre!
Esticando os braços na direção do céu, Celly começou a pronunciar algumas palavras no latim, e então um forte vento quente passou por toda a área.
Os desconhecidos que perseguiam os jovens caíram, de joelhos, e May teve de se segurar na pedra para não cair.
O vento levou a fita de cabelo bege de Micka para bem longe.
May desceu correndo da pedra enquanto as pessoas estranhas ajoelhavam-se ao redor de Celly e abraçou sua amiga com força.
-Não deixe que o demônio controle vocês! São mais fortes do que isso... Vocês são filhos de Deus!
As amigas continuavam abraçadas, com medo de tudo o que estava acontecendo.
* * *
-Você... Aah... Você é o morcego? - Tie não conseguia mais evitar os gemidos altos e as lágrimas. O veneno ardia demais, a dor proporcionada pelo mesmo era insuportável.
-Idiota... Eu não sou o demônio das sombras, se é o que quer saber. - A dama passou seus dedos pelo desenho da lua minguante em seu vestido. - Eu só quero acabar com a guerra do eclipse! - Ela espiou o lado de fora através da janela mais uma vez. - Preciso matar aquela bruxinha maldita! É o único jeito...
* * *
-Crianças... - Com todos ajoelhados a sua volta, Celly voltava sua atenção para as duas amigas que se abraçavam fortemente. - Tie precisa de ajuda! Não se preocupem com o morcego, ele fica inconsciente assim que surgem os primeiros raios de sol!
Micka assentiu.
-Hey... - Celly voltou a falar assim que May e sua amiga deram os primeiros passos. - Procurem por minha Pomba branca! AGORA VÃO LOGO!
Mickaella e sua amiga bruxa correram, com dor de cabeça, na direção da mansão.
* * *
-dois... Um... - A mulher das aranhas estava de braços cruzados agora. - zero...
Tie gritou em agonia. Sua visão e sentidos vacilavam, aos poucos, até chegarem à estaca zero.
Seu campo de visão fora substituído por uma perversa escuridão que girava constantemente como um buraco negro. Neste instante, ele sentiu-se levitando. Algo o envolvia como um cobertor de gelo, e suas mãos permaneceram geladas por mais alguns minutos. Até que tudo parou.
Tie sentiu como se estivesse caindo, e então algo se chocou contra seu corpo.

Apenas com o som da respiração no ar, alguns minutos se passaram...

Sua visão voltou aos poucos, e ele sabia que todo o seu corpo permanecia com uma terrível tremedeira. Com o passar do tempo, Tie percebeu estar em algum outro lugar. Um lugar solitário e escuro, cuja iluminação fraca nascia de alguns pequenos postes finos de ferro que se espalhavam pelos calçadões da cidade grande.
Com exceção de Tie, a cidade, que por sinal lembrava muito o centro de Nova York (cheia de prédios muito altos, muitas lojas, calçadões largos e extensos e um asfalto novo e limpo.), estava completamente abandonada. Literalmente: Não haviam pessoas, animais, carros, bicicletas ou motos...
O jovem percebeu mais algumas coisas: Estava ventando fraco, porém um vento frio, e poucas estrelas brilhavam no céu. Era noite. Desta vez, nem os grilos e as cigarras davam o ar de sua graça.
O local estava deserto... Abandonado... E Tie, agora com muito medo, estava preso em um mundo completamente desabitado. Estava sozinho...

* * *

-O QUE ESTÁ FAZENDO COM ELE?
Foi a única coisa que May conseguiu dizer antes de ser arremessada direto do Hall até a sala dos móveis pela magia misteriosa da mulher das aranhas.
-Quem é você? - Micka se sentia fria, e sua garganta agora estava seca.
-Você vem comigo! - A mulher agarrou os pulsos da jovem e a fez desmaiar em apenas um segundo. - Só falta um amiguinho seu, bruxinha! - Sussurrou, enquanto arrastava Micka para perto do corpo vazio de Tie.

* * *

-Olá? - A voz de Tie ecoava pelo silêncio da noite no mundo abandonado. Ele sabia que não teria uma resposta, mas algo o influenciava a continuar tentando. - Tem alguém aí?
Nada... Nem sequer o bater de asas de uma mariposa.
Durante alguns tristes minutos, o garoto caminhou pelos calçadões frios tentando obter algum sinal de vida. Algum suspiro, algum olhar... Pelo menos um sorriso. Ele precisava ver alguém... Precisava sentir alguma presença humana...
Tie odiava ficar sozinho. Desde criança, esta era uma das poucas coisas que atingiam os sensores de “medo avançado” do jovem.
-Micka? Riley? - Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ele as prendeu assim que sentiu sua ameaça. - Por favor... Alguém...
Um relâmpago invadiu o céu, seguido de um estrondo ensurdecedor.
-Não... - Sem chance: As lágrimas não conseguiram mais ser contidas. Enquanto apoiava seu corpo em um poste de ferro, Tie chorava, solitário, sabendo que ninguém estaria escutando.

* * *

Um longo pedaço de uma fita bege de cabelo é carregado pelo vento, pousando suavemente aos pés de Jennifer. Ela o apanha:
-Este... - A mulher se levanta eufórica. - Este laço é de Mickaella! Eu tenho certeza!
-Eu disse... - Agora, Paul estava deitado em plena estrada, sério, encarando as nuvens da manhã de terça. - Eles conseguiram sobreviver...
-Quanto tempo vai levar para perceber que eu notei a ausência de Sturk, Paul? - A outra mulher, ainda de pé e encarando o nada, perguntou.
-Não me interessa quanto tempo, Marianne. Não me interessa mesmo. Eu já estou farto de tudo isso...
- O que... - Ela se virou para o rapaz loiro, que não a encarava.
-Madelynne, Heath, Sturk... Cloe... - Paul se levantou brutalmente do asfalto, olhando diretamente as feições frias da mulher que o olhava. - Não importa quem ou o quê... Eu sempre perco! Já parou para pensar em quantos amigos meus morreram por causa desta maldita sede de poder? Já parou para pensar em Sturk? EM? JÁ PAROU?
-Pense pelo lado positivo: - Ela sorria, com malícia nos olhos. - Não falta mais ninguém querido para você perder.
- Sim.. - Ele recuou em direção ao mato. - Ainda faltam pessoas inocentes que não merecem o que está para acontecer... E eu não vou deixar que as matem! - Alguns instantes depois, o rapaz havia desaparecido em meio ao matagal.
-Não me obrigue á...
Pow.
Todos direcionaram os olhares para o pequeno buraco recém-aberto no pescoço de Marianne.
-Morra sua desgraçada! - Corbin voltou a prender seu revólver no cinto.
Ouviu-se um raivoso “miau”, mas o portador da arma de fogo só percebeu o ódio do gato preto quando o mesmo avançou e o fez três aranhões leves em seu braço.
* * *
-Nosso pai está disposto a perdoar qualquer filho que queira, de coração, ser perdoado pelos seus atos... - Celly, de algum modo, conseguiu fazer com que todos desmaiassem à sua volta. Não esperou muito até perceber alguém familiar correndo na direção da casa velha. - Paul?
-Celeste?
-O que houve com você? Sua aura está clareando... Como se tivesse acabado de nascer...
-Na verdade... Sturk acabou de ser...
Um grito feminino agonizante interrompeu o assunto, assustando o encarnado e a anja.
-Micka! - Sussurraram os dois ao mesmo tempo.
O som de algo se quebrando encheu o ar morno logo a seguir.
-escute... - As asas de Celly começaram a bater involuntariamente. - Eu preciso voltar ao templo... Me prometa que vai salvar minha pomba branca e seus amigos!
-Eu vim justamente para isso, não posso deixar que a história se repita!
-Ótimo. Eu... - Tarde demais. Celly havia desintegrado em feixes de luz branca que se soltavam do céu.
-eu prometo...
-Promete o quê para quem?
Paul se virou, olhando para a mulher em cima da grande pedra, sentindo um arrepio.
-Você?

* * *

Alguns minutos se passaram até Tie voltar a persistir.
Caminhando pela imensa cidade noturna, o garoto resolveu entrar em um grande shopping center de oito andares que, como todos os outros prédios, estava com as portas de entrada destrancadas.
Encontrando a sala de controle no subsolo, o garoto apertou todos os botões de um amplo painel cinza ligado a um monitor. Todas as luzes do shopping se acenderam, E Tie se assustou ao perceber que as lojas estavam limpas e preparadas para funcionar a qualquer momento. O ar condicionado estava funcionando perfeitamente, assim como os monitores que ficavam presos a algumas pilastras mostrando as horas. Lia-se:
“Data: xx/xx/xx - horário: xx:xx”
-Que estranho...
Ele subiu pelas escadas rolantes, que também estavam funcionando perfeitamente, chegando ao terceiro piso do edifício. O jovem seguiu andando, até resultar em uma grande praça de alimentação.
Tie entrou em um espremido restaurante self-service, e percebeu que os pratos e os talheres estavam postos em um balcão ao lado de grandes fornos onde se lia “escolha-sua-comida”.
Ele levou mais alguns segundos observando o espaço vazio atrás do caixa, e então voltou às escadas rolantes. Desta vez, elas o levaram para o quarto piso.
Um andar inteiro só com lojas de telefonia e informática fez o garoto quase pular de alegria.
-Graças a Deus! - Tie correu euforicamente até uma loja de telefones.
Ele retirou um aparelho conectado a uma linha telefônica e discou alguns números.
-Por favor, Micka... Jennifer...
Uma outra voz surgiu do outro lado da linha:
-O proprietário desta linha telefônica não existe. Por favor, cancele a ligação e não volte a tentar. Obrigada!
-Não... Não existe?
Um suave “tic-tac” surgiu logo a seguir.
O aparelho explodiu assim que Tie o jogou em um canto da loja, percebendo o que provocava o som.
Os alarmes do shopping começaram a disparar, e então grandes portas de metal surgiram do teto e desceram rapidamente até colidirem com o chão brilhante.
Algo o havia prendido dentro da loja.
 

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